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Administração via Intramuscular

1. DEFINIÇÃO 

É a aplicação de medicamento no tecido muscular, devendo-se levar em conta: massa muscular suficientemente grande para absorver o medicamento, espessura do tecido adiposo, idade do paciente, irritabilidade da droga e distância em relação a vasos e nervos importantes, na escolha do local para a aplicação. 


2. OBJETIVOS 

  • Promover a absorção sistêmica de medicamentos por via parenteral; 
  • Obter uma absorção mais rápida do que pelas vias enteral e subcutânea; 
  • Aplicar os medicamentos contraindicados por outra via. 
3. INDICAÇÃO 

Clientes com indicação ou necessidade de aplicação de medicamentos e vacinas pela via intramuscular. 

4. PESSOAS E PROFISSIONAIS QUE IRÃO REALIZAR O PROCEDIMENTO 

Equipe de enfermagem; 

5. MATERIAL A SER UTILIZADO 


  • EPI: Luvas de procedimentos; 
  • Bandeja ou cuba rim; 
  • Algodão embebido em álcool a 70%; 
  • Seringas descartáveis de 1,3 e 5 ml com a medicação preparada; 
  • Agulha com comprimento e calibre adequados (a escolha dependerá da solução, local de aplicação e idade) e com sistema de segurança. 
  • Medicação e/ou medicações prescritas a serem preparadas. 
6. DESCREVER DETALHADAMENTE AS ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS 

1. Explicar o procedimento a ser realizado e a sua finalidade ao cliente e/ou ao familiar; 
2. Higienizar as mãos; 
3. Reunir os materiais, preparar a medicação e encaminhá-la a unidade do paciente e colocar na mesinha de cabeceira; 
4. Calçar luva de procedimentos; 
5. Posicionar o cliente de acordo com o local de aplicação: 
5.1 Deltoide - sentado ou em pé 
5.2 Vasto lateral da coxa – Deitado em decúbito dorsal ou em pé 
5.3 Dorso glúteo ou ventro glúteo - Deitado em decúbito ventral ou lateral ou em pé. 
6. Delimitar o local de aplicação de acordo com o músculo: 
6.1 Deltoide: Localizar e delimitar o processo acromial, medir 2 a 3 dedos (2,5 a 5 cm abaixo). Aplicar na região central do músculo 
6.2 Vasto lateral da coxa: Dividir a coxa lateralmente em três partes, tomando como referência o trocânter maior e a articulação do joelho. Aplicar no centro do terço médio; 
6.3 Dorso glúteo: Traçar uma linha imaginária da espinha ilíaca posterossuperior até o grande trocânter do fêmur e fazer a aplicação intramuscular acima dessa linha. 
Ou dividir a nádega em quadrantes traçando uma linha horizontal do trocânter do fêmur até as vértebras sacrais, e uma linha vertical da crista ilíaca até a parte central do sulco infraglúteo. Aplicar no quadrante supralateral; 
6.4 Ventro glúteo: Colocar a mão não dominante no quadril contralateral do cliente (mão esquerda no quadril direito) apoiando a extremidade do dedo indicador sobre a espinha ilíaca anterossuperior e o dedo médio acima da crista ilíaca, espalmar a mão sobre a base do grande trôcanter do fêmur, formando um triangulo invertido em “V”. Aplicar no triangulo formado, ou seja, entre os dedos; 
7. Proceder a antissepsia na região delimitada da pele com o algodão embebido em álcool a 70%, em movimentos únicos, com a mão dominante e esperar secar espontaneamente; 
8. Segurar o algodão com os dedos mínimo e anular da mão não dominante; 
9. Segurar a seringa, horizontalmente, com os dedos polegar, indicador e médio da mão dominante; 
10. Distender a pele com o dedo polegar e o indicador da mão dominante e pinçar o músculo; 
11. Introduzir a agulha no músculo com movimento firme e suave, em ângulo de 90º ou menos em relação a pele, com a mão dominante; 
12. Soltar o músculo; 
13. Tracionar o êmbolo com a mão dominante e observar se há retorno de sangue; 
14. Injetar o medicamento, empurrando o êmbolo com a mão dominante; 
15. Aguardar de 3 a 5 segundos e retirar a seringa com movimento rápido e firme. Acionar o dispositivo de segurança da agulha; 
16. Comprimir levemente o local da aplicação com o algodão que estava na mão não dominante, sem massagear, até a completa hemostasia; 
17. Recolher os materiais; 
18. Retirar luvas de procedimento; 
19. Recompor a unidade do cliente e colocá-lo em posição confortável, adequada e segura; 
20. Dar destino adequado aos materiais e encaminhar os descartáveis, ao expurgo; 
21. Higienizar as mãos; 
22. Checar prescrição médica; 
23. Proceder às anotações de enfermagem constando: identificação, apresentação, dose e via do medicamento, local de aplicação e presença de lesões e de secreções e ocorrências adversas (locais e sistêmicas) e as medidas tomadas. 

7. ATENÇÃO A PONTOS IMPORTANTES E POSSÍVEIS RISCOS 


  • Realizar rodízios dos locais para evitar lipodistrofias; 
  • Não misturar medicamentos distintos na mesma seringa para serem administrados; 
  • Em crianças, escolher os locais de aplicação, de acordo com a idade, o peso, o desenvolvimento muscular, a quantidade do tecido subcutâneo e o tipo do medicamento. 
  • Em crianças menores de 2 anos utilizar o músculo vasto lateral da coxa e nos maiores de 3 anos, que andam no mínimo há um ano, escolher o dorso glúteo e o ventro glúteo, preferencialmente; 
  • Utilizar o método em “Z” em clientes que recebem injeções por período prolongado, idosos com massa muscular reduzida e para a aplicação de certos agentes, como o ferro. Esse método vem sendo recomendado para o uso de todas as injeções intramusculares.** 
  • **Esse procedimento se refere ao deslocamento (esticar) da pele até 4 cm com o dedo polegar ou indicador da mão dominante, antes de aplicar a medicação, que é mantido até a retirada da agulha da pele. 
  • Não reencapar agulhas. 
8. RESULTADOS ESPERADOS 

  • Resposta farmacológica adequada; 
  • Conforto e segurança na administração das medicações intramusculares 


Região dorsogluteal (nádegas): exponha uma das nádegas. Use um pedaço de gaze com álcool para desenhar uma linha que vá do ponto médio entre elas à lateral do seu corpo. Encontre o meio dessa linha e suba 7,5 centímetros. A partir dali, desenhe mais um traço, cortando o primeiro, que termine no meio da nádega. O produto final deve se parecer com uma cruz. No quadrado superior externo, você vai sentir um osso curvado. Aplique a injeção nesse ponto — a menos que o paciente tenha menos de três anos de idade, pois seus músculos não vão estar bem desenvolvidos.
Músculo deltoide (músculo do braço): exponha a parte superior do braço para sentir o osso que passa pelo local, chamado processo acrômio. A sua parte inferior forma a base de um triângulo, cuja ponta fica diretamente sob a seção do meio da base, na altura da axila. O local exato para a injeção é o centro do polígono, cerca de 2,5-5 cm abaixo do acrômio em si. Não use esse local se o paciente for muito magro ou se o músculo for pequeno demais.
Região ventroglútea (quadril): para encontrar o ponto certo, ponha a parte inferior da mão na parte superior externa da coxa, próxima às nádegas. Aponte o polegar para a virilha e os outros dedos na direção da cabeça do paciente. Forme um "V" entre o indicador e os outros membros. Nesse ponto, você vai sentir a extremidade de um osso nas pontas do anelar e do mindinho. Insira a agulha no vértice desse "V". O quadril é ideal para aplicações em adultos e crianças com mais de sete meses de vida.
Músculo vasto lateral (coxa): examine a coxa e divida-a em três partes iguais. Aplique a injeção na parte do meio. Se tiver de injetar o remédio na própria pele, esse é o melhor local — já que fica em seu campo de visão —, além de ser ideal para crianças com menos de três anos.


9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

ARAÚJO, M.J.B.de. Técnicas fundamentais de enfermagem. 9 Ed. Rio de Janeiro: MJB de Araújo, 
1996. 
FIGUEIREDO,N.M.A.; VIANA,D.L; MACHADO,W.C.A.Tratado prático de enfermagem. 2 Ed. v.2. 
São Caetano do Sul: Yedis Editora, 2008. 
MOZACHI, NELSON. O Hospital: manual do ambiente hospitalar. Ed.10. Curitiba: Os Autores, 
2005. 
SILVA, M.T; SILVA, S.R.L.P. Cálculo de administração de medicamento em enfermagem. 1 Ed. 
São Paulo: Martinari, 2008. 
SMELTZER, S.C. Tratado de enfermagem médico cirúrgica. 10 Ed. Rio de Janeiro: Guanabara 
Koogan, 2006. 
STACCIARINI,T.S.G.; CUNHA.M.H.R. Procedimentos Operacionais Padrão em Enfermagem. São 
Paulo: Atheneu, 2014. 

VIANA, D.L. et al. Manual de Procedimentos em pediatria. São Caetano do Sul: Yendis, 2006.